“E NINGUÉM VAI TIRAR A LIBRAS DE MIM”: UMA ANÁLISE DE POEMA DE AUTORIA SURDA
DOI:
https://doi.org/10.26694/caedu.v7i2.6945Palavras-chave:
Literatura Surda, Poema, Autor Surdo, Heterotopia, RasuraResumo
O artigo em tela objetiva analisar como o preconceito linguístico é retratado no poema O Sistema, do performer surdo Edvaldo Santos, a fim de refletir sobre aspectos da realidade social do povo surdo, uma vez que o poema possibilita aos leitores, surdos ou ouvintes, discussões em torno da problemática presente nas questões sociais que permeiam essa realidade, como: preconceito, discriminação, violência, dentre outros temas. Dialogamos com os conceitos de Rasura e Heterotopia, abordados por Derrida (1973) e Foucault (1967), respectivamente. Esses conceitos abrangem diferentes aspectos da esfera espacial no campo literário, incluindo sua composição simbólica, as relações que estabelece com a cultura e a sociedade, sua dimensão afetiva, as projeções de sentido e as formações discursivas. Metodologicamente, a pesquisa foi construída a partir da análise de um poema sinalizado e divulgado pelo autor, por meio de mídia eletrônica, em vídeo no YouTube e no Instagram. A interpretação para a língua portuguesa foi realizada através de legenda contida no próprio vídeo. Aborda-se, então, a importância de conhecer o poema de Edvaldo Santos considerando seu papel fundamental para a valorização da língua de sinais e da identidade surda. Além disso, sua produção contribui para a ampliação do debate sobre literatura surda e o fortalecimento dos sujeitos surdos na luta pelo respeito à sua cultura.
Downloads
Referências
DERRIDA, Jacques. Gramatologia [Miriam Schnaiderman e Renato Janini Ribeiro, tradutores] São Paulo, Perspectiva, ed. Da Universidade de São Paulo, 1973.
FERREIRA, Margarida Lemos. Entre a ausência e a presença: o papel da rasura na transformação de significado. 2017. 116f. (Trabalho de projecto - Mestrado em Arte Multimédia), Universidade de Lisboa – Faculdade de Belas Artes – Lisboa, 2017.
FOUCAULT, Michel. De outros espaços. Conferência proferida no Cercle d’Études Architecturales, em 14 de Março de 1967 (publicado igualmente em Architecturales, Movement, Continuité, 5, de 1984)
LEITE, L. S.; CABRAL, V. T.B. Educação de surdos e colonialidade do poder linguístico. Letras & Letras. Uberlândia. v.37. n. 2. jul-dez. 2021. ISSN 1981-5239. DOI: https://doi.org/ 10.14393/LL63-v37n2-2021-20
NOGUEIRA. Fernanda dos Santos. Intérprete educacional cosmopolita: práticas heterotópicas na relação com a comunidade surda, 2018. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo, 2018.
Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.
PRIBERAM, Dicionário. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/dist%C3%B3pico Acesso em dezembro de 2023.
LE BRETON, David. A sociologia do corpo. 2 ed. Petrópolis – RJ: Vozes 2007.
QUADROS, Ronice Müller de. Libras: Linguística para o ensino superior.1. ed. São Paulo: Parábola, 2019.
SANTOS, Edvaldo. O sistema. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4ylCAnxeGNo>. Acesso: 01 jun. 2023.
WITKOSKI, Sílvia Andreis. Surdez e preconceito: a norma da fala e o mito da leitura da palavra falada. Revista Brasileira de Educação v. 14 n. 42 set./dez. 2009.
SKLIAR, C. B. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, v. 3, 1998.
















