Análise do apoio das igrejas evangélicas à política de morte: “Eu sou Messias, mas não faço milagre”
DOI:
https://doi.org/10.26694/caedu.v3i3.2578Palavras-chave:
Favela, Igreja Evangélica, Pandemia, Política de morteResumo
A pesquisa focaliza nas relações das Igrejas Evangélicas na favela Parque São Sebastião no Caju e na atual situação da política brasileira para (não) atender a pandemia mundial da COVID-19. Reflete sobre as atuações das igrejas e realiza um paralelo com os discursos do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados durante 2020 sobre a pandemia, e como esse processo influenciaram as perceptivas e práticas dessas instituições religiosas (BURDICK; BIRMAN). A investigação foi realizada com o levantamento e análise de fontes, a partir da perspectiva de estranhamento (GINZBURG apud JÚNIOR). Em uma aproximação com a etnografia (ROCHA, ECKERT), utilizaram-se também as anotações do diário de campo e foi proposto entrevistas (BOURDIEU) e encontros com os líderes desses templos para conversar sobre as ações e falas do (des) governo atual. Os resultados aqui apresentados serão os conceitos Histórico-Cultural-Social sobre a favela (VALLADARES; MARIANO), como essas igrejas se entendem neste território (OJIMA) e quais entrelaçamentos acontecem entre religião e política nestes templos (MATA).
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