Análise do apoio das igrejas evangélicas à política de morte: “Eu sou Messias, mas não faço milagre”

Autores

  • Leonardo Souza das Neves Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.26694/caedu.v3i3.2578

Palavras-chave:

Favela, Igreja Evangélica, Pandemia, Política de morte

Resumo

A pesquisa focaliza nas relações das Igrejas Evangélicas na favela Parque São Sebastião no Caju e na atual situação da política brasileira para (não) atender a pandemia mundial da COVID-19. Reflete sobre as atuações das igrejas e realiza um paralelo com os discursos do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados durante 2020 sobre a pandemia, e como esse processo influenciaram as perceptivas e práticas dessas instituições religiosas (BURDICK; BIRMAN). A investigação foi realizada com o levantamento e análise de fontes, a partir da perspectiva de estranhamento (GINZBURG apud JÚNIOR). Em uma aproximação com a etnografia (ROCHA, ECKERT), utilizaram-se também as anotações do diário de campo e foi proposto entrevistas (BOURDIEU) e encontros com os líderes desses templos para conversar sobre as ações e falas do (des) governo atual. Os resultados aqui apresentados serão os conceitos Histórico-Cultural-Social sobre a favela (VALLADARES; MARIANO), como essas igrejas se entendem neste território (OJIMA) e quais entrelaçamentos acontecem entre religião e política nestes templos (MATA).

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Publicado

2022-05-04

Como Citar

NEVES, L. S. das . Análise do apoio das igrejas evangélicas à política de morte: “Eu sou Messias, mas não faço milagre”. CAMINHOS DA EDUCAÇÃO diálogos culturas e diversidades, [S. l.], v. 3, n. 3, p. 01-21, 2022. DOI: 10.26694/caedu.v3i3.2578. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/cedsd/article/view/2578. Acesso em: 5 maio. 2024.

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