BANALIDADE DO MAL NOS SÉCULOS XX E XXI

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Adriana Novaes

Resumo

O artigo retoma as elaborações da banalidade do mal feitas por Hannah Arendt, suas tentativas de formulação do conceito. Parte da troca de cartas de Arendt com Karl Jaspers, destaca seu objetivo de mostrar que o mal inédito do fenômeno político inédito do totalitarismo não tinha qualquer grandeza diabólica, evidenciando sua perigosa relação com um estado de negação das capacidades espirituais. A banalidade do mal é a condição de enredamento de pessoas em um sistema ideológico ou governamental que encobre a consciência acerca dos males praticados. Trata-se de uma visão totalizante, simplista, redutora da complexidade do real. Diante de um contexto no qual estão imbricadas muitas variáveis móveis que dificultam o entendimento, dá-se um diagnóstico simplista para o qual é apresentada uma solução consequentemente falsa. Por fim, busca-se indicar a fortuna do conceito, lembrando que os elementos totalitários e suas características – intolerância, ressentimento, crise econômica, racismo, demandas da democracia, massa, ralé, força do líder – ainda se fazem presentes. Além disso, faz-se menção a novas ameaças de embotamento de nossa mente, pontuando, contudo, a dedicação de Arendt no final da vida, à insistência na compreensão de nossa vida espiritual.

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Como Citar
Novaes, A. (2024). BANALIDADE DO MAL NOS SÉCULOS XX E XXI. Cadernos Arendt, 4(8), 71-81. Recuperado de https://periodicos.ufpi.br/index.php/ca/article/view/5079
Seção
DOSSIÊ