SOBRE A “OBEDIÊNCIA CADAVÉRICA”

UMA LEITURA DE EICHMANN EM JERUSALÉM

Autores

Palavras-chave:

Obediência cadavérica, Relato, Discurso, Eichmann em Jerusalém, Hannah Arendt, Frédéric Gros

Resumo

O propósito do presente artigo é analisar a noção de “obediência cadavérica” (Kadavergehorsam) plasmada por Hannah Arendt em Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal (1963). Em diálogo com a abordagem de Frédéric Gros, que retoma a centralidade do caso Eichmann e do relato de Arendt para se pensar o problema da obediência na atualidade, realçamos uma lição fundamental da pensadora a ser seguida que consiste na atenção questionadora da linguagem, sobretudo no que diz respeito ao discurso (speech) dos atores políticos. Nesse sentido, observamos que a “obediência cadavérica” na fala de Eichmann opera um curto-circuito semântico nas distinções tradicionais entre a política, a moral e o direito que possibilita iluminar o sentido dos “deveres de um cidadão respeitador das leis”. Para tanto, sustentamos que é preciso distinguir entre as confusões entre significados das suas distorções deliberadamente realizadas no discurso, operação também fundamental em nossos contextos pós-totalitários.

Biografia do Autor

Roan Cordeiro, UFPR

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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Publicado

2025-04-12 — Atualizado em 2025-04-15

Versões

Como Citar

Cordeiro, R. (2025). SOBRE A “OBEDIÊNCIA CADAVÉRICA”: UMA LEITURA DE EICHMANN EM JERUSALÉM. Cadernos Arendt, 5(10), 74–86. Recuperado de https://periodicos.ufpi.br/index.php/ca/article/view/5076 (Original work published 12º de abril de 2025)

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