Corpos Masculinos
Entre labutas portuárias
Resumo
A complexidade que nos interessa neste ensaio visual, está carregada de significados no que tange a ideia de existir na Amazônia e seu entrelaçamento com diversas lógicas de significação nas sociedades atuais. Desta forma, procuramos submergir entre os simbolismos presentes nestas paisagens perpassada e impressas nestas imagens. Resultante de uma pesquisa artística proposta pelos dois artistas em suas (des)construções acerca de corpos masculinos, seus trabalhos na área portuária de Manaus e o viver amazônico.
Acreditamos que é preciso decolonizar sentidos para além da academia e compreendermos que todas as culturas produzem valores e modelos, que determinam e validam conjuntos que formam seus ideais de beleza, estando estes ligados diretamente ao seu ethos e modus vivendi. Assim, diante destas visualidades apresentadas nos perguntamos: Não deveríamos pensar em uma estética do labor, uma tradução que seja contínua como os corpos que surgem e (re)existem entre estes espaços de luta?
Atentos às linguagens corporais e à corporalidade que tanto nos incita e excita a outras possibilidades, capturamos olhares que em nossos registros firmam a ideia de detalhes, posturas físicas, vestes e acessórios que auxiliam no manejo destes corpos suados e por seus entreolhares.
Partilhamos o pressuposto de que é necessário um esforço redobrado para compreendermos as interdisciplinaridades que permitem vínculos entre estes atores e suas realidades de disputas e organizações sociais. Cientes de que estas problematizações, neste ensaio, estão longe de serem visualizadas em toda a sua integridade. Entretanto, as fotografias nos possibilitam avistamentos e incursões nestas relações amazônicas, entre homem e viver, homem e labuta, homens e seus sonhos.