Prorrogação de chamada

01-10-2024

Organizadores: Maurício Caviedes - Doutor em História (Universidad Nacional de Colombia). Professor visitante PPGA-UFBA.

Fernanda Santiago - Doutoranda em Antropologia (UFBA).

 

Os grandes empreendimentos desenvolvimentistas como usinas hidrelétricas, de exploração de recursos para energias renováveis e não renováveis, transporte e infraestrutura geral prometem melhorias ao longo prazo na qualidade de vida de comunidades urbanas e rurais.

As consequências no curto prazo são consideradas sacrifícios necessários de pequenas comunidades cujo prejuízo será compensado pelo benefício da maioria. Boa parte da literatura sobre o desenvolvimento descreve essa dinâmica de sacrifício e compensação a partir de fórmulas quantitativas. As experiências, alternativas e resistências das comunidades atingidas negativamente pelos empreendimentos desenvolvimentistas ficam em segundo lugar nessas fórmulas. A permanência de consequências sociais no longo prazo também fica por fora delas.

O discurso desenvolvimentista em contraponto ao atraso e ao “subdesenvolvimento” são questões que criam políticas, definem onde e como serão instalados os equipamentos desses empreendimentos e atravessam as pessoas que são, direta e indiretamente, atingidas por eles.

O estudo antropológico e etnográfico dos efeitos desses grandes empreendimentos questiona o “desenvolvimento” como projeto da humanidade, a partir das vidas de comunidades e grupos atingidos por ela. Esse questionamento pode ter inspiração na crítica do discurso político e econômico do desenvolvimento. Pode ter inspiração na história crítica das comunidades atingidas, nos modelos coloniais, nas respostas contra-coloniais e inspiração na etnografia das economias locais, ou até mesmo a sua relação com as dinâmicas nacionais e locais. Ou pode ainda, ter inspiração na análise das ontologias e epistemologias comunitárias. Não se trata de deslegitimar a necessidade humana em buscar melhorias para um bem viver, o ponto chave é se esse bem viver está sendo considerando de forma holística e quem poderá acessá-lo. Essa proposta parte do reconhecimento da relevância do tema e da pouca disseminação das publicações sobre o assunto. Nesse sentido, buscamos trabalhos que abordam as discussões sobre os efeitos dos grandes empreendimentos desenvolvimentistas em comunidades urbanas e rurais a partir de um olhar crítico da ideia de “desenvolvimento. Dessa maneira, buscamos reunir trabalhos de diversas áreas que estabelecem um diálogo com a antropologia, enriquecendo a discussão e proporcionando uma visão interdisciplinar sobre o tema.

Prazo Final: 01/11/2024