Avaliação da resposta ao tratamento de pacientes com Nefrite Lúpica em Pulsoterapia com Ciclofosfamida no Hospital Universitário da UFPI entre 2018 e 2023
DOI:
https://doi.org/10.26694/jcshu-ufpi.v7i3.6241Palavras-chave:
Nefrite Lúpica, Ciclofosfamida, Indução de RemissãoResumo
INTRODUÇÃO: O Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença de caráter inflamatório e crônico, multissistêmico, com uma ampla gama de manifestações clínicas e o diagnóstico é realizado através de critérios clínicos e laboratoriais. Em 50% dos casos, a doença afeta os rins, sendo a Nefrite Lúpica (NL) um importante fator de risco para a morbimortalidade na doença. OBJETIVOS: Teve como objetivo principal avaliar se houve remissão completa ou parcial da NL, no tempo adequado, com o tratamento com pulsoterapia com Ciclofosfamida no HU-UFPI nos últimos 5 anos. E como objetivos específicos: associar a resposta ao tratamento de pacientes com NL com o tempo médio de intervalo entre pulsoterapias e se houve remissão completa ou parcial após o tratamento; analisar a relação entre a quantidade total de ciclofosfamida administrada para imunossupressão (dose acumulada) e o desfecho renal, considerando o tempo total e se, após a implantação do hospital-dia, o tempo médio entre as pulsoterapias foi de acordo com o protocolo. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada, avaliando os prontuários eletrônicos de todos os pacientes acompanhados no HU-UFPI com diagnóstico de Nefrite Lúpica e que realizam tratamento com ciclofosfamida, entre 2018 e 2023. O estudo foi observacional, retrospectivo, longitudinal, descritivo e analítico. Foram avaliadas características clínicas-epidemiológicas dos pacientes, com as variáveis idade, sexo e classificação histológica da NL. As variáveis utilizadas para avaliação da resposta renal foram a creatinina, o cálculo da TFG (CKD-EPI) e a proteinúria de 24h no tempo 0 (quando houve a indicação da pulsoterapia) e após 6 meses a 1 ano depois da última sessão, assim como, foi avaliada a dose acumulada de ciclofosfamida. Foi analisado, também, o tempo médio entre as pulsoterapias dos pacientes que iniciaram o tratamento após a implantação do serviço de hospital-dia no HU-UFPI. RESULTADOS: Foram analisados 62 prontuários, desses, 30 (48,4%) foram incluídos na análise. O tempo médio entre as pulsoterapias foi de 64,3 ± 19,2 dias e a dose acumulada de ciclofosfamida, ao final do tratamento, foi em média 5,6 ± 1,1 gramas e a dose/mês, 0,95g/m²/mês naqueles que evoluíram com remissão completa. A média da creatinina basal foi significativamente menor após 6 a 12 meses do tratamento finalizado e houve um aumento significativo na média da Taxa de filtração glomerular (TFG). A Proteinúria/24 horas, teve sua média reduzida de 2968,67g para 537,95g ao final do tratamento, com significância estatística. Dos 30 pacientes incluídos, 24 (80%) completaram o esquema de indução com ciclofosfamida com 6 doses conforme o esquema NIH. Esses tiveram maior percentual de remissão total (95,8%). O Tempo médio entre as pulsoterapias foi maior ainda após a implantação do hospital-dia, em junho de 2022. CONCLUSÃO: Apesar de ter ocorrido atrasados entre as sessões de pulsoterapia em boa parte dos pacientes submetidos ao tratamento no serviço, os mesmos não foram prejudicados quanto à resposta renal, evoluindo com remissão, seja ela total ou parcial. E a implantação do hospital-dia, até agora, não se mostrou efetiva em obedecer o tempo proposto no protocolo NIH.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Jornal de Ciências da Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores mantém os direitos autorais e concedem ao JCS HU-UFPI o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attibution BY 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.