O CONSUMO DE CONTEÚDO BL: O VALOR SOCIAL POR TRÁS DA ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS TRABALHOS “BOYS’ LOVE”

Autores

  • Regilane Barbosa Maceno Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
  • Ana Paula da Silva Sobrinho Universidade Estadual do Maranhão – UEMA

Palavras-chave:

“Boys’ Love”, Sexualidade, Público, Mulheres

Resumo

As narrativas “Boys` Love”, popularmente conhecida pela sua abreviação BL, ganhou um espaço na vida diária de milhões de mulheres ao redor do mundo através de histórias envolvendo a homossexualidade e o homoerotismo, que possibilitou a mulher um protagonismo dentro de tópicos envolvendo o sexo e a sexualidade, que antes lhe era privado em seus objetos de leitura. Essa nova alternativa de leitura deu a chance para que um público forte feminino de jovens e adultas se tornassem um grupo grande e diversificado de fãs desse gênero, mesmo que inicialmente de forma clandestina dentro de suas respectivas sociedades, por provocar os desejos e fantasias sexuais das mulheres, fazer representações homossexuais e eróticas, e gerar discussões envolvendo a orientação sexual e identidade sexual. À vista disso, o presente artigo possui como objetivo analisar, através de sua origem histórica o público-alvo do BL por um olhar feminista, destacando como esse gênero ganhou um lugar mais amplo no mundo e lhe gerando um peso social, mesmo sendo minimizado e alvo de censura e preconceitos. Além disso, temos como objetivo também apontar como os trabalhos "Boys` Love” evoluíram nesses últimos anos e como isso pode ser notado dentro das suas narrativas, público e os homossexuais de uma forma benéfica nos contextos sociais da atualidade. Para tanto, recorremos aos pressupostos teóricos de MIZOGUCHI (2011),  KWON (2021), TOMOKO (2013), WELKER (2006), além de outros estudiosos que trabalharam sobre a questão.

Biografia do Autor

Regilane Barbosa Maceno, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA

Pós-doutoranda na Unversidade Esatadual de Londrina - UEL; Doutora em Literatura- UnB; Mestre em Letras pela Universidade Estadual do Piauí- UESPI; Especialista em Estudos Literários pela Universidade Estadual do Piauí- UESPI; Graduada em Letras (Português) pela Universidade Federal do Piauí- UFPI; Experiência na área de Educação, com ênfase no Magistério da Educação Básica; Experiência em revisão e correção de texto; Experiência em Educação a Distância; Professora de Língua Portuguesa; atuou como Tutora do Curso de Pós-Graduação em Literatura e Ensino-UEMANET; É Professora de Literatura e Teoria Literária da Universidade Estadual do Maranhão-Campus Caxias; Professora da Faculdade IPEDE-Codí; Professora da Rede Municipal de Ensino de Codó. Atuou como Diretora de Ensino da Secretaria Municipal de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação-SEMECTI-Codó, e como Coordenadora da Área de Linguagem da SEMECTI. Pesquisadora do Projeto de Pesquisa Rede Nordeste Leitura literária na escola: bildung, experiências e propostas na educação básica e do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro. Membro efetivo da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil/AJEB-Seccional Maranhão; Membro da Academia Maranhense de Letras Infantojuvenil. É autora do livros infantojuvenis Badu e a goiabinha (2018) e As Borboletinhas e o sapo Jururu (2021); faz parte da coletânea literária As cartas que não escrevi (2019), Faz de Conto (2020), Toda forma de ser Mulher (2020), Por que Escrevo (2021); "Louvação à Esperantinópolis: coletânea literária esperantinopense" (2022); integra as coletânea de Crítica Literária Na casa da ficção: literatura africana (2018); Entre o plano e a palavra: literatura e cinema (2020), Dos percursos pelas Áfricas: a literatura de Moçambique (2020); Literatura em diálogo: encenando e ensinando a vida em sociedade (2021),; é uma das autoras do livro didático "Codó: conhecendo o meu município"; escreveu o livro "O colonialismo e suas implicações na literatura contemporânea: Identidades cambiantes na trilogia As Areias do Imperador de Mia Couto" (2022); organizou a coletânea de ensaios de crítica literária "Diálogos sobre Literatura Infantil, Infância e Formação de leitor" (2022), a coletânea de artigos cinetíficos "Nos alinhavos da escola, o mundo" (2023), "Catálogo de Sequências Didáticas: práticas literárias para uma educação antirracista" (2024); a coletânea de contos infantojuvenis "A última casa da ruas e outros contos de terror e suspense" (2023); faz parte da obra "Práticas de letramento literário na escola" (2023); . Além disso, tem vários artigos de crítica literária publicada em revistas especializada e capítulos de livro. Recebeu o título de Cidadã Codoense em 2023.

Ana Paula da Silva Sobrinho, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA

Graduanda do Curso de Letras da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Campus Pedreiras.

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Publicado

2023-12-30

Edição

Seção

Artigos - Letras