ROTAS CARTOGRÁFICAS: DIÁLOGO ENTRE BERNSTEIN E OS ESTUDOS PÓS-COLONIAIS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26694/epeduc.v6i2.4054

Palavras-chave:

Pedagogia, Bernstein, Controle Social, Epistemologias do Sul, Estudos pós-coloniais

Resumo

Este artigo busca relacionar a obra de Bernstein (2006) com os estudos pós-coloniais, tendo como foco a compreensão da formação do conhecimento. Assim, a partir da metodologia cartográfica, reflete sobre o papel da educação na reprodução cultural e na invisibilidade de estudos subalternizados, percebendo que a pedagogia, o currículo e a avaliação são formas de controle social, uma vez que foram construídos a partir da regulação/emancipação durante a modernidade/colonialidade. Dessa forma, ao longo do artigo é feito um esforço para traçar uma rota cartográfica que permita a visibilidade dos estudos subalternos e decoloniais, ao promover um diálogo entre a teoria bernsteiniana e as Epistemologias do Sul e ao propor análises das diversas estruturas de poder sob diferentes óticas.

Biografia do Autor

Kenia Silva, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto

Estudante do Programa Doutoral em Ciências da Educação da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação
da Universidade do Porto (FPCEUP), Porto, Portugal. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6995-3721. E-mail:
keniadrica@hotmail.com

Maria José Magalhães, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto

Maria José Magalhães. Concluiu o seu doutoramento em Ciências da Educação em 2005 na Universidade do Porto - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. É Professor Auxiliar na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Publicou vários artigos em revistas com revisão por pares, livros científicos e capítulos de livros e recebeu 2 prémios. Coordenou e atualmente coordena projetos internacionais sobre violência de gênero, violência doméstica e feminicídio.

Margarida Felgueiras, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto

Margarida Maria Pereira Santos Louro Felgueiras Nasceu em 1951 e licenciou-se em História pela FLUP. Ingressou em 1984 na carreira universitária na U.M, foi docente da FLUP e é Prof.ª Associada da FPCE-UP, onde foi coordenadora do Mestrado em Educação e Herança Cultural (2005-2007), é coordenadora do Núcleo Educação, História e Museologia do CIIE. Foi coordenadora da Secção de História da Educação da SPCE (2007-2010) e Coordenadora do VIII Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação. Autora do projecto de criação de um Museu Vivo da Escola Primária (PAXIS XXI) a sua actividade abarca a História da Educação, a intervenção cultural no campo da preservação do património e a formação de professores. Autora e investigadora em projectos de pesquisa de âmbito nacional e internacional, privilegia a história social da educação, a cultura material e o quotidiano escolar. Centra os interesses de pesquisa na filantropia em educação, sobretudo nas escolas doadas ao Estado, nas instituições educativas em regime de internato, ensino agrícola e na museologia escolar. Professora visitante na USP, tem realizado seminários e conferências em várias universidades brasileiras. Entre os seus trabalhos recentes conta: Cultura Escolar, Migrações e Cidadania (ed. et al). Porto: SPCE, 2010; Escolas Conde Ferreira (ed. et. al). Sesimbra: Assembleia Municipal de Sesimbra, 2009; Para uma História Social do Professorado Primário em Portugal no Século XX. Porto: Campo das Letras/FPCEUP, 2008; Catálogo Manuais escolares da Biblioteca Pública Municipal do Porto (coord. et al), Porto: Universidade do Porto/Câmara Municipal do Porto, 2008; “Sharing European Cultural Heritage” e “Schools buildings as a context to understand our common past”, in Ferreira, António Gomes; Felgueiras; Margarida Louro(org.), Buildings telling European Heritage. Pedagogical Perspectives. EUBUILDIT – A proposal for teachers and students, Coimbra, UC/CEIS20, 2008;

Referências

ARAÚJO, Helena Costa. Há já lugar para algum mapeamento nos estudos sobre género e educação em Portugal? – uma tentativa exploratória. Investigar em educação: Revista da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, n. 1, p. 101-146, 2002.

BERNSTEIN, Bernstein. Pedagogía, control simbólico e identidad: teoria, investigación y crítica. Madrid: Ediciones Morata, 2006.

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp, 2007.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

BOURDIEU, Pierre. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não Ser como fundamento do Ser. Tese de Doutoramento, Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade de São Paulo, 2005.

DUSSEL, Enrique. A Filosofia da Libertação frente aos estudos pós-coloniais, subalternos e a pós-modernidade/The Philosophy of Liberation face the postmodernity and post-colonial and subalterns studies. Revista Direito e Práxis, [S.l.], v. 8, n. 4, p. 3232-3254, 2017.

ESPINOSA, Yuderkis, GÓMEZ, Diana, LUGONES, Maria y OCHOA, Karina. Reflexiones pedagógicas en torno al feminismo descolonial: Una conversa en cuatro. En C. Walsh (ed). Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Quito, Ecuador: Ediciones Abya-Yala, 2013.

FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, As heterotopias. São Paulo: n-1 Edições, 2013.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador. Saberes construídos na luta por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.

LUGONES, María. Colonialidade e género. In: Hollanda, Heloisa Buarque, Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais (59-93). Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, 22, 3, 935-952, 2014.

MIGNOLO, Walter; VÁSQUEZ, Rolando. Pedagogía y (de)colonialidad. In: Walsh, Catherine. (Org.) Pedagogías decoloniales. Tomo II: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir (489-508). Quito-Ecuador: Ediciones Abya-Yala, 2017.

MIGNOLO, Walter. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Ciência e Saúde, 32, 94, 1-18, 2017.

MIGNOLO, WalteR. Os esplendores e as misérias da “ciência”: colonialidade geopolítica do conhecimento e pluri-versalidade epistêmica. In: Santos, B. de S. (org) Conhecimento Prudente para uma vida Decente (667-709). São Paulo: Cortez, 2004.

PAULSTON, Rolland. Mapeando a educação comparada depois da pós-modernidade. Educação, Sociedade e Cultura, n. 16, p.203-239, 2001.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y Modernidad-racionalidad. Revista del Instituto Indigenista Peruano, 13, 29, 11-20, 1992.

ROSEVICS, Larissa. Do pós-colonial à decolonialidade. In. Carvalho, G.; Rosevics, L. (org.) Diálogos Internacionais: reflexões críticas do mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Perse, 2017.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Do Pós Moderno ao Pós-Colonial. E para além de um e de outro. Coimbra: Travessias, 2008.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais, 79, 71-94, 2007.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A Gramática do Tempo. Para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista crítica de Ciências Sociais, 63, 237-280, 2002.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela Mão de Alice. Porto: Edições Afrontamento, 1997.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A transição paradigmática: da regulação à emancipação. Coimbra: Oficina do Ces, 1991.

SANTOS, Boaventura de Sousa; ARAÚJO, Sara; BAUMGARTEN, Maíra. As epistemologias do Sul num mundo fora do mapa. Sociologias, Porto Alegre, ano 18, no 43, p. 14-23, 2016.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.

SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

WALSH, Catherine. Lo pedagógico y lo decolonial. Entrejiendo caminos. In: Walsh, Catherine. Pedagogías Decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir, y (re)vivir. Tomo I. Quito, Ecuador: Ediciones Abya-Yala, 2013.

YOUNG, Michael. Conhecimento e currículo: do socioconstrutivismo ao realismo social na sociologia da educação. Porto: Porto Editora, 2010.

Downloads

Publicado

2023-08-18

Como Citar

SILVA, Kenia; MAGALHÃES, Maria José; FELGUEIRAS, Margarida. ROTAS CARTOGRÁFICAS: DIÁLOGO ENTRE BERNSTEIN E OS ESTUDOS PÓS-COLONIAIS. Epistemologia e Práxis Educativa - EPEduc, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 1–19, 2023. DOI: 10.26694/epeduc.v6i2.4054. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/epeduc/article/view/4054. Acesso em: 21 nov. 2024.