Estratégias tecnocrátas de caça às bruxas à sombra de sentido adornado como controle de corpos negros
a bruxa é preta, periférica e está morrendo em hospitais por violência obstétrica
Keywords:
Corpos racializados, Corpos dissidentes, Precarização da vida, Violência obstétricaAbstract
Este artigo pretende movimentar uma análise com base na abordagem antropológica em relação à violação de direito contra duas mulheres negras, eventos nomeados como violência obstétrica: Alyne Pimentel, em 2003, e Rafaella Santos, em 2015. Nesse sentido, ao reavaliar a semiótica das categorias "corpo" e "gênero", sobretudo quando se dialoga com os conceitos de biopoder e necropoder. Como parte desse esforço, o contexto neofascista atual recai sob o resgate de corpos identificados como dissidentes, especialmente ao tratar da reivindicação de direitos sexuais, reprodutivos e de saúde integral. Em outras palavras, destacar uma historicidade que ainda persegue pessoas que têm um útero e circunstâncias atravessadas por marcadores sociais de raça e classe. A morbimortalidade materna como elo interdependente à precarização da vida.