CARACTERIZAÇÃO DA PISCICULTURA NO PANTANAL MATO-GROSSENSE DO MUNICÍPIO DE CÁCERES: PROCESSOS PRODUTIVOS E PRODUTIVIDADE

Autores

  • Ernandes Sobreira Oliveira Junior
  • Claumir César Muniz
  • Valéria Fernandes Ferreira

Palavras-chave:

Área alagável, aquicultura, potencial econômico.

Resumo

A cadeia produtiva da piscicultura em Mato Grosso carece de mão de obra qualificada, assistência técnica e análise de custos de produção. Pensando nisso, para contribuir com conhecimento sobre o perfil produtivo e rendimento associados aos produtos, como forma de reconhecer e melhorar a atividade, este trabalho tem como objetivo caracterizar a piscicultura no município de Cáceres, no estado de Mato Grosso. Para isso, adotou-se uma abordagem quali-quantitativa descritiva, por meio de dados obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no período de 2013 a 2019 e pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso. Foram registrados 54 empreendimentos de piscicultura, no ano de 2019 (24,3% das pisciculturas da região pantaneira). A piscicultura em Cáceres é desenvolvida em sistemas extensivo (20%), superintensivo (20%) e semi-intensivo (60%). Sua produção ocorre em viveiros escavados, sendo utilizados como fontes de água, nos sistemas semi-intensivo, nascentes (20%), poço (20%) e água de chuva (20%), e nos demais água de ambientes lóticos da região. A produção decresceu 80,37% no período de 2013 a 2016, e com crescimento nos anos seguintes, entre os anos de 2016 a 2019, em 182%. O tambacu/tambatinga e tambaqui são os principais peixes cultivados no pantanal, representando 57,75% do total das espécies produzidas. O valor da produção da piscicultura estava em alta no ano de 2013 (3,44 milhões de reais), e queda nos anos seguintes, com 1,90 milhões de reais em 2019. De acordo com esses resultados, a piscicultura em Cáceres destaca-se como uma atividade de potencial geradora de renda, podendo ser mais bem explorada a partir da adoção de práticas de manejo eficientes dos empreendimentos, como tratamentos dos efluentes e diversificação dos sistemas produtivos. É importante destacar que a atividade de piscicultura não deve ser uma substituição da pesca artesanal na região, a qual é fruto de uma cultura regional. Assim, a piscicultura deve ser pensada de forma sustentável sem prejudicar outras atividades.

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Publicado

2025-11-16

Edição

Seção

Artigos