A humanitas romana como chave de leitura do pensamento político de Hannah Arendt
DOI:
https://doi.org/10.26694/ca.v1i2.2172Resumo
Este artigo procura oferecer uma forma de introdução distinta à teoria política de Hannah Arendt. Em primeiro lugar, mostramos como a reflexão arendtiana pode ser remitida a uma ideia ou a uma experiência – totalitarismo, política, natalidade, mundo, pluralidade – sem pretender estabelecer qualquer redução monística de sua obra. A continuação, desenvolvemos o conceito romano de humanitas, a partir do texto de Arendt sobre Lessing, e a noção grega de amizade política como porta de entrada ao pensamento arendtiano. Finalmente, ressaltamos a influência decisiva de Karl Jaspers e sugerimos que Hannah Arendt aponta para a possibilidade de outra filosofia fora dos parâmetros metafísicos e ontológicos da tradição, um filosofar distinto que leva inscrito o selo da contingência e a marca da humanitas.