OS FANTASMAS AINDA BAILAM: O MÉTODO REGRESSIVO-PROGRESSIVO E A ESCOLA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26694/les.v0i44.9832

Palavras-chave:

Método Regressivo-Progressivo, Cotidiano Escolar, Henri Lefebvre

Resumo

O artigo tem por objetivo estabelecer conversação com alguns elementos materiais e imateriais presentes no cotidiano escolar, buscando, nos mesmos, contradições que se interpõem no sentido de sua superação. Para isso, aborda a coexistência de tempos históricos, desde a aplicação do método Regressivo-Progressivo de Henri Lefebvre, tomando-o enquanto referencial teórico, epistemológico e metodológico. Segundo as orientações postas pelo método lefebvriano – método de pesquisa e exposição – a realidade dispõe de dupla complexidade horizontal e vertical (ou histórica) que atuam permanentemente uma sobre a outra, conduzindo à coexistência de diferentes temporalidades. Estas temporalidades constituem o espaço e se manifestam em concepções, práticas, artefatos, normas e em tantas outras invenções humanas às quais, não obstante suas gêneses sejam conhecidas, não se restringem ao espaço e tempo de sua ocorrência. Metaforicamente nomeadas neste texto enquanto “fantasmas”, as concepções e práticas que outrora constituíram o movimento conflituoso da História, se perpetuam na trama que se move, atualmente, no cotidiano escolar. O estudo aponta que, ao se encarnar nas coisas e nas práticas, o refugo da História adentra a escola, interfere na produção do espaço escolar, afeta as relações sociais e mecaniza as práticas pedagógicas. Ao observar criticamente a presença de concepções provenientes de diferentes épocas, a análise histórico-genética da realidade imprime movimentos dialéticos à luta pela educação. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

MITSI PINHEIRO DE LACERDA, Universidade Federal Fluminens

Professora do Departamento de Ciências Humanas e do Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade Federal Fluminens.

Referências

CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1987.

HELLER, A. O Cotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.

LEFEBVRE, H. A produção do espaço. Trad. PEREIRA, D. B.; MARTINS, S. (do original La production de l’espace). Paris: Éditions Anthropos, 2000. Disponível em https://grupogpect.info/2014/06/02/livro-a-producao-do-espaco-de-henri-Lefebvre/. Acesso em 15/09/2016.

LEFEBVRE, H. A vida cotidiana no mundo moderno. São Paulo: Ática, 1991.

LEFEBVRE, H. Lógica formal Lógica dialética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.

LEFEBVRE, H. O Vale de Campan. Estudo de Sociologia Rural. São Paulo: EdUSP, 2011.

LEFEBVRE, H. Perspectivas da Sociologia Rural. In: Martins, José de Souza. Introdução Crítica à Sociologia Rural. São Paulo: Hucitec, 1986.

MARTINS, J. de S. O poder do atraso. Ensaios de Sociologia da História Lenta. São Paulo: Hucitec, 1994.

MARTINS, J. de S. (org.). Henri Lefebvre e o retorno à dialética. São Paulo: Hucitec,1996.

SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. Porto: Edições Afrontamento, 2002.

SARTRE, J-P. Crítica da razão dialética. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

SOUZA, J. A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017.

VALLA, V. V. A crise de interpretação é nossa: procurando compreender a fala das classes subalternas. Educação & Realidade, v. 21, n. 2, p. 177-190, 1996.

VIGOTSKI, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

WILLS, C. D.; STEGEMAN, W. A vida no Jardim de infância. São Paulo: Livraria Freitas Bastos S. A., 1967.

Downloads

Publicado

2020-05-04

Como Citar

PINHEIRO DE LACERDA, M. . (2020). OS FANTASMAS AINDA BAILAM: O MÉTODO REGRESSIVO-PROGRESSIVO E A ESCOLA. Linguagens, Educação E Sociedade, (44), 241-261. https://doi.org/10.26694/les.v0i44.9832

Edição

Seção

Artigos