Guerra Permanente, Estado de Exceção e Vigilância Cibernética um debate com Hannah Arendt e Pierre Clastres no século XXI

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Gustavo Villela

Resumo

O objetivo desse artigo é analisar a reificação do poder associado à violência posta em prática pelo Estado e o capital neoliberal no século XXI. As raízes dessa concepção de política são obviamente muito anteriores e serão debatidas por meio de um diálogo entre Hannah Arendt (em sua célebre distinção entre poder e violência) e Pierre Clastres (no controle do poder pelas sociedades “contra o Estado”). A questão da resistência indígena ao projeto colonial de violência e controle será pensada como um contraponto e antítese a esse exercício de poder na primeira parte do artigo. Na atualidade há três fenômenos e tendências que estão conectados entre si de modo ubíquo e que serão debatidos na segunda parte do artigo por meio de um debate bibliográfico: em primeiro lugar, a difusão de um estado de “guerra permanente” ou warfare state, que se reproduz no exercício da “necropolítica”, das políticas de inimizade e de militarização das sociedades; em segundo lugar, a proliferação de estados de exceção que se tornam regra, nos quais o direito é usado para suprimir o próprio direito, ou lawfare state; em terceiro lugar, a expansão ubíqua da sociedade de controle e securitização da vida social, ou spyfare state, associadas ao “capitalismo de vigilância” e na captura da vida dos indivíduos e suas subjetividades como big data, que se torna a principal mercadoria do início do século XXI.

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Como Citar
Villela, G. (2022). Guerra Permanente, Estado de Exceção e Vigilância Cibernética: um debate com Hannah Arendt e Pierre Clastres no século XXI. Cadernos Arendt, 3(5), 105-122. Recuperado de http://periodicos.ufpi.br/index.php/ca/article/view/2634
Seção
ARTIGOS/VARIA